As
cidades se fecham em mapas descartáveis,
jazigos
turísticos, onde sempre negas meu beijo.
Tudo
em vão, se a dor desconhece seu nome.
Agendas
do acaso, retóricas de um futuro gasto.
Uma
noite deixamos o abismo dormir conosco,
estranho
vulto cuja vida o cotidiano rejeita,
embora
não deixe de saltar de um ponto a outro
de
nossos trapos alegóricos, sua renda alquímica.
As
cidades, no entanto, recusam a ideia do beijo
como
uma túnica refeita de mitos que não retornam.
Beijo-te
e as ruas não vão a parte alguma.
Soletram
percursos recordados em teu íntimo.
Amigam-se
da memória ardilosa e suas proezas,
como
deusas decorando um mantra sacrificial.
[Floriano Martins en la Casa de Poesía Silva - Bogotá,
2009. Acompañado en la lectura por la poeta mexicana María Baranda.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário