As ruas se repetem como se temessem
perder
a identidade. Canais de ilusão são
abertos
em cada esquina como um estojo de
vícios.
Os lugares em teu corpo onde pousei
o afago,
janelas entreabertas com luz ainda
em seu bojo,
tudo insiste em ser igual a um mito
aprisionado
no espelho, fábula imprecisa
ou rio sem leito.
Todo êxtase nos impulsiona a uma
nova fricção.
Hoje percorro as ruas de teu corpo
e espanta-me
como as cidades em que estivemos são
a mesma.
Não devias estar aí novamente, nos
subúrbios
do gozo ou na esfera gasta de
cheiros e engodos.
Não devias te repetir em parte
alguma de meu ser.
Eu não te amo mais até que te ame
novamente.
[Poema, fotografia e vídeo, de Floriano Martins.
Voz de Elaine Guedes | 2013 ARC Edições]
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