Quando me
encontras estou entre a loucura e o silêncio,
como quem
sussurra inutilmente o próprio destino.
Não faço ideia
do que perdi em tuas mãos.
Preciso de um
nome onde te esconder.
Um corpo
apropriado à confissão que não gostarias de ouvir.
Eu sigo o teu
vulto por entre as sombras,
por entre
árvores que rastejam sob a chuva.
A noite
encharcada de mistério.
Um rosto
revelado a cada gesto murmurado.
Preciso de um
lugar onde guardar as cenas vividas em teu nome.
A memória
amontoando os corpos perdidos sem que pudéssemos ouvi-los.
Ainda
procuras por mim?
Eu não
saberia dizer quem fui.
Teus pecados
não me comovem mais, porém me assustas com a tua ausência.
Quantos ainda
poderão rever-te antes que voltes a ser ninguém?
O teu nome me
confunde.
Eu
simplesmente embaralho suas letras e não soletro mais onde tudo começou.
[Poema, fotografia e vídeo, de Floriano Martins.
Voz de Elaine Guedes | 2013 ARC Edições]
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